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Sabemos que meios de produção e processos artísticos, não são neutros. Eles operam e refletem princípios estéticos das culturas dominantes em cada sociedade. Tanto nossa pesquisa, quanto nossos processos artísticos e nossas criações, se inserem em uma busca pela compreensão, reconhecimento e valorização das perspectivas africanas, afro-ameríndias e ameríndias brasileiras, acerca: do ser, do ritmo, da dança, do espaço, da imagem e do som. Acreditamos que entre as várias frentes necessárias neste movimento, um caminho de subversão de processos criativos convencionais se faz necessário, podendo acontecer em sua realidade interna, via a investigação de perspectivas animistas sobre aspectos elementares da criação artística. Sob esta outra sensibilidade sobre o real – a qual o dramaturgo e escritor nigeriano Wole Soyinka  define como: “... um molde não doutrinário de percepção constante”, buscamos - em um processo de contínua intercomunicabilidade com outras vozes e campos de saberes - a experimentação e o desenvolvimento de práticas descoloniais a partir dos conhecimentos e noções investigadas – que via criação contemporânea podem ser disseminadas, divulgadas e ressignificadas.

KAWIN é formada pelos artistas Anani Sanouvi  (Togo) e Christiane da Cunha (Brasil). A dupla possui mais de 15* criações integrando artes visuais, dança contemporânea, performance e arte sonora - apresentadas em diversos teatros, festivais, museus e centros culturais no Brasil e internacionalmente. Kawin, percorre investigações decoloniais, através das encruzilhadas animistas de dentro e fora das culturas: Guarani de Christiane e Ewe de Anani. Dançarino e coreógrafo de formação, Anani nasceu no Togo, cresceu no Gabão, morou no Senegal, Bélgica, Holanda e desde 2013 reside no Brasil. É laureado pela Unesco, África Center, Fundação Sacatar e Prêmio Rolex Mentor & Protégé. Parte da nova geração da dança contemporânea africana, também tem colaborado com artistas como Peter Sellars e Anne Teresa De Keersmaeker se apresentando em salas como Walt Disney Concert Hall, Lincoln Center, Cité de la Musique, Salle Pleyel, The Barbican, entre outros. Artista multimídia, performer e encenadora, Christiane realizou diversas performances além de exposições individuais e coletivas em vídeo arte, animação, pintura, fotografia e desenho, no Brasil e no exterior. É doutoranda em Artes Cênicas pela UNIRIO, mestre em “Estudos Contemporâneos das Artes” pela UFF, e em “Artes da Performance” pela DasArts (Holanda) onde estudou com Allan Kaprow. Em 2016 foi uma das coordenadoras do setor de Arte e Educação  no MAC, Museu de Arte Contemporânea de Niterói. 

Em 2020, os artistas foram obrigados a interromper o processo da criação: Fala, em colaboração com a Cia de Ballet de Niterói e também a segunda temporada da peça Desenho, que se iniciaria no programa Histórias da Dança do MASP. Atualmente estão desenvolvendo em isolamento social, os projetos Conversar com Árvores e Polirritmo-grafia - para os quais obtiveram apoio da CAPES e do Prêmio Erika Ferreira, da Secretaria Municipal de Culturas de Niterói.

*As criações "Desenho", "Imbassaí", "Mandinga", "Poetry", "Fôlego", "Luz", "Broto", "Composition 7", entre outras – foram apresentadas internacionalmente em diversos Festivais, Teatros e Museus assim como: Baxter Theater, Julidans Festival, Kaay Fecc Festival, Museum of Contemporary Art of Belgrade, Biennale Passages, Frascati, Teatro Municipal de Niterói, Centre dárts Arema, Sala Carlos Couto, Dansateliers, Museu de Arte Contemporânea de Niterói, Festival Brasil – Amsterdam, Toneelschuur Haarlem, Museu de arte do Rio, Sesc Copacabana, entre outros.

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