SINOPSE
Devido à sua natureza múltipla, fluída e incomensurável, talvez não seja possível definir o que é o ritmo mas apenas vivenciar, contemplar ou especular o que é engendrado, moldado, despertado em sua presença. Na ancestralidade do samba ou no encontro de um rio com o mar, o ritmo se manifesta como organização de força vital, passível de atravessar e conectar diversas matérias e estados – chão, água, ar, som, circulação sanguínea, sistema nervoso, estados intra e extra corpóreos.
PROJETO
Sambar é pulsar ao pisar, vibrar ao pulsar e articular vibrações e pulsações em infinitas variações de padrões de movimento, tornando-se ritmo e desta forma modificando a sensação de tempo cronológico no corpomente que dissolve a imagem de si e aprende a quebrar e recriar padrões. “Imbassaí” foi desenvolvida a partir da investigação de um princípio polirrítmico da cultura musical africana presente no samba, onde na combinação de camadas e variações rítmicas, se desenvolve uma maximização do mínimo. Um comportamento com o qual convivi morando em Imbassaí, pequena vila baiana, situada ao redor do encontro do rio Imbassaí com o mar. Lá, contemplava as correlações dos padrões orgânicos em diferentes elementos no ambiente particular do encontro das águas. Sentia que várias instâncias indicavam um sentido do ritmo para além das manifestações sonoras, visuais e motrizes familiares. Em cena, é esta vivência trabalhada e revivida através das essências da linguagem de movimento do samba, que impulsiona a experiência sonora e a dança da performer e das imagens.
FICHA TÉCNICA
Criação e performance: Christiane da Cunha
Conceito: Anani Sanouvi e Christiane da Cunha
Cenografia digital, luz e concepção sonora: Christiane da Cunha
Produção executiva: Studio Tchuka
Produção: Kawin
Apoio: Centro Coreográfico da cidade do Rio de Janeiro, CAPES, UFF – Universidade Federal Fluminense
Agradecimentos: Tato Taborda, Eleonora Fabião, Luiz Guilherme Vergara e Lyana Peck
Duração: 15 min